segunda-feira, 16 de agosto de 2010

INSCRIÇÕES PARA O I WORKSHOP APECS BRASIL

Os membros da Comissão Organizadora do I Workshop da Associação de  Pesquisadores Polares em Início de Carreira (APECS) informam a todos os interessados que estão abertas as inscrições e o envio de resumos.

Até o dia 20 de agosto os valores para inscrição estão informados abaixo:
Alunos de graduação: R$30,00
Alunos de pós-Graduação: R$40,00
Profissionais: R$50,00

Informações sobre pagamento e envio de resumos estão disponíveis no site do evento:  http://apecsbr-workshop.blogspot.com/. 

Será concedido desconto de 50% no valor das inscrições para os sócios do blog da APECS Brasil e internacional. Ver informações detalhadas no site.  As inscrições com desconto serão validadas apenas após a conferência destas informações em ambos os sites.


Atenciosamente
Comissão Organizadora

O projeto Estudos Bioecológicos em Pinguins e Skuas (EBPS) apoia a realização do I Workshop APECS Brasil.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Substâncias Tóxicas Persistentes

Larissa S. T. Cunha
Laboratório de Radioisótopos Eduardo Penna Franca, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).  Aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biofísica), UFRJ.
Pesquisadora do projeto Estudos Bioecológicos em Pinguins e Skuas.

                As substâncias tóxicas persistentes ou STPs compreendem diversos grupos de compostos orgânicos como alguns pesticidas clorados (por exemplo, o DDT), PCBs (utilizados na produção de plásticos, tintas, fluidos dielétricos como o Ascarel), HPAs (formados durante a combustão incompleta de matéria orgânica) e compostos orgânicos de metais. Com exceção de alguns HPAs, estas substâncias têm em comum o fato de serem muito resistentes a degradação ambiental, pois possuem baixa reatividade no meio ambiente; não são solúveis em água, são facilmente absorvidos pelo tecidos gordurosos; e por se concentrarem nos organismos vivos (bioconcentração) e assim se magnificarem na cadeia alimentar (biomagnificação).
A biomagnificação ocorre quando peixes pequenos acumulam estas substâncias no seu organismos ao se alimentarem de plâncton que tenha absorvido as STPs do ambiente no qual se encontram. Estes peixes menores contaminados, por sua vez, são ingeridos por peixes maiores, que ao comerem vários destes peixes aumentam a concentração da STPs em seu organismo gradativamente. Depois outros organismos, como as aves, podem se alimentar destes peixes maiores e a concentração do nível de STPs no seu organismo vai aumentando. Este processo ocorre em toda cadeia alimentar e vai aumentando a concentração de STPs em cada nível da mesma, fazendo com que o organismo que está no topo apresente concentrações mais elevadas.


Os pontos azuis representam uma STP sendo bioconcentrada  nos organismos e biomagnificada ao longo da cadeia alimentar. Fonte: http://www.ff.up.pt/toxicologia.

Os efeitos tóxicos das altas concentrações irão variar de acordo com o organismo e com o composto. Um dos efeitos mais estudos é a redução da espessura da casca do ovo em algumas espécies de aves provocado pelo DDE, um dos componentes do DDT, que levou a um declínio muito grande na população de algumas espécies de aves durante a década de 1960.
                Devido a característica de bioacumulação (bioconcentração + biomagnificação) e aos efeitos tóxicos das STPs para os organismos vivos o seu uso foi banido em quase todas as regiões do mundo a cerca de 20 anos. Apesar disto, devido a sua lenta degradação no ambiente, ainda é possível encontrar estas substâncias contaminando e prejudicando muitos organismos.
                A alta volatilidade (capacidade de uma substância de passar do estado líquido ao estado de vapor ou gasoso) de algumas STPs faz com que elas possam ser transportadas por grandes distâncias contaminando regiões distantes dos locais onde foram produzidas, utilizadas ou descartadas. O processo de dispersão é caracterizado pela volatilização das STPs no local contaminado, transporte através de massas de ar, e condensação em regiões com temperaturas mais baixas, como é o caso das regiões polares.

 Esquema ilustrativo da dispersão das STPs pelo ar. As setas representam a evaporação e a condensação dos poluentes. O tamanho das setas mostra a maior ou menor intensidade destes processos. Fonte: www.interfacehs.sp.senac.br.

                Outra forma de dispersão pode ser realizada pelos próprios organismos vivos contaminados com STPs e que possuem hábitos migratórios. Peixes e aves podem se contaminar em suas áreas de migração durante o inverno, e depois transportar estes contaminantes em seus organismos até os seus territórios de reprodução. A contaminação destas regiões por estes poluentes pode ocorrer através das fezes, no caso das aves durante a troca (muda) de penas ou até mesmo com a morte destes organismos.

 Pinguins-antárticos fazendo a troca de penas – uma provável fonte de contaminação no ambiente antártico. Como estas aves migram podem estar trazendo e eliminando no ambiente - através de penas e fezes diversas substâncias como STPs. (Foto: Erli Schneider Costa, Ilha Rei George, 2008),

                Alguns estudos vêm mostrando que a animais da região Antártica apresentam níveis de contaminação por STPs. O projeto “Estudos Bioecólogicos em Pinguins e Skuas” pretende analisar algumas espécies de aves, bem como o solo de áreas próximas e distantes de colônias de reprodução das aves. O objetivo principal é determinar a principal forma de contaminação desta região remota e livre de fontes poluidoras e também investigar mais profundamente, e de maneira não invasiva ou destrutiva, os níveis de contaminação dos animais que habitam esta região. Para isto os pesquisadores do projeto irão analisar as excretas (fezes) e as penas destes animais.

Uma skua se alimentando de um pingüim-papua: quando um organismo se alimenta do outro as STPs aumentam suas concentrações na cadeia alimentar. (Foto: Erli Schneider Costa, Ilha Rei George, 2008).

sábado, 1 de maio de 2010

Atividades de Educação, Divulgação e Comunicação do projeto Estudos Bioecológicos em Pinguins e Skuas

Miriam Hebling Almeida
Comitê Internacional de Educação, Participação e Comunicação do Ano Polar Internacional (International Polar Year).
Pesquisadora do projeto Estudos Bioecológicos em Pinguins e Skuas.

                O Ano Polar Internacional (API) 2007/2008 (International Polar Year) foi o maior programa internacional de pesquisas nos polos do planeta Terra, e um dos maiores esforços internacionais de pesquisas científicas já realizados. As pesquisas realizadas durante o API envolveram quase todas as áreas da ciência, incluindo a ciência social (com foco substancial na saúde e no bem-estar dos residentes e nas comunidades Nórdicas), e que cobrem áreas tão diversas como ecologia, saúde humana e animal, geofísica e astronomia.
                O mundo está mudando rapidamente. Mudanças climáticas têm sido observadas por todo o planeta, numa velocidade jamais imaginada pelos cientistas. O gelo nos polos da Terra está derretendo, e isso afeta todas as regiões do planeta.


                Reconhecendo a importância da educação na formação de indivíduos políticos, críticos e conscientes de seu papel na sociedade, uma das conquistas do API foi a ampla divulgação da ciência polar e da importância dos polos para o Planeta, em escolas e comunidades dos mais diversos países, com o desenvolvimento e divulgação de atividades educativas sobre mudança climática e sobre a vida nas regiões polares.
                O projeto “Estudos Bioecólogicos em Pinguins e Skuas” atende as expectativas do API e do próprio Edital do CNPq ao qual está vinculado, uma vez que busca disseminar informações sobre atividades científicas ao público em geral, numa tentativa de despertar o interesse dos educadores e dos jovens estudantes para essa área da ciência que vem assumindo papel cada vez mais importante na vida de todos os seres. Atividades e links relacionados à educação, à ciência e a este projeto serão divulgados aqui no blog. Escreva-nos dando sua opinião e sugestões. Participe!


                A gravidade do momento de transformação pelo qual passa a Terra pede urgência na união de esforços entre ciência e educação numa tentativa de conscientização para que cada um assuma seu papel de maneira a contribuir para a manutenção da vida no nosso planeta. 

Bioecological studies in Penguins and Skuas

The extreme conditions of Polar Regions, may influence physiological, reproductive and behavioral characteristics of the species living in those habitats. Seabirds are considered good indicators of the environmental contamination because they are the top of the food chain and can indicate clearly the pollutants bioaccumulation. Non invasive techniques to determine the presence of micro pollutants or the stress levels, are being widely applied. The main objective of this project is to apply non invasive techniques to determine the presence of persistent organic pollutants, mercury, cadmium and selenium using feathers, as well the levels of stress (through the quantification of corticosterone in faeces) of two skuas (Catharacta maccormicki and C. lonnbergii) and three penguin species (Pygoscelis Antarctica, P. papua and P. deliae) that breed at the Admiralty Bay (King George Island, South Shetlands, Antarctica). The integration of different research groups (Brazil, Argentina, Chile, Ecuador, German and Spain) in different areas of knowledge will allow help understanding the ecology of the studied species, especially in relation to environmental contamination and stress levels. The information generated by this project will enable conservation policies directed to those populations and the communities and environments in which they are inserted, as we learn more about the response of those organisms to the environmental changes. (CNPq/MCT: 557049/2009-1).